Nunca foi só futebol
é, brasil…
não foi dessa vez. o clima não está dos melhores, mas depois que perdemos o vale-folga de terça, o jeito é torcer pra sorte chegar no amor — ou no hexa de 2026.
Nunca foi “só futebol”
(Imagem: Ted Lasso | Reprodução) |
Quando o humor só vem pra ressaltar o que está errado no mundo, pode parecer um contrassenso que uma série tão otimista quanto Ted Lasso tenha caído na graça do público, e batido recordes de premiações do Emmy.
- O fenômeno fica ainda mais inexplicável quando nos deparamos com o enredo — não tão atrativo — da história.
Resumindo bastante, Ted Lasso é um treinador de futebol americano que sai dos EUA e embarca rumo à Inglaterra para comandar o AFC Richmond, um time pequeno de futebol da primeira divisão do país.
Acontece que, Ted não entende absolutamente nada de “futebol de pé”. Na realidade, ele só foi contratado porque a dona do clube quer se vingar do ex-marido, e planeja arruinar o time.
O enredo pode até parecer raso, mas é justamente a leveza que torna a série tão grandiosa. Muito além da bola no campo, Ted Lasso é uma obra sobre como as perspectivas são capazes de transformar realidades.
- Em um movimento ousado para o século XXI, o protagonista escolheu enfrentar os seus obstáculos por um atalho não convencional: o otimismo.
Se você está torcendo o nariz pensando que vai encontrar um personagem no estilo “auto-ajuda”, não se engane: Ted também tem suas sombras, e vai aprender que nada é tão simples quanto parece.
Além dele, temos o clichê do jogador egocêntrico, outro amargurado, e uma “maria-chuteira” inteligente e cativante. No fundo, a série mostra pessoas. Às vezes, até um pouco maldosas, mas sempre humanas.
Ted Lasso nos ensina, então, a enxergar o “copo meio cheio” — mas sem perder de vista a realidade. Afinal, como já dizia Ariano Suassuna, o otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.