Como uma onda
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no
Nada do que foi será
(De novo do jeito que já foi um dia)
(Tudo passa, tudo sempre passará)
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
A música “Como Uma Onda”, do Lulu Santos, é uma reflexão simples — mas profunda — sobre a impermanência e as constantes mudanças e reviravoltas da vida.
- Ao dizer que “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia” ele escancara o óbvio: o passado não pode ser recriado.
E todo mundo sabe que o dia vira noite e as flores murcham. Que as solas dos sapatos se desgastam e as crianças crescem. Mas por que resistimos tanto às mudanças?
Talvez seja porque, nessa “ilusão da permanência”, acreditamos que só ficaremos bem quando tudo estiver no lugar.
Mas a verdade é que, junto com a vida, a gente também muda. Então vamos criando novos sonhos, novas vontades e novas verdades. Seguindo nesse “indo e vindo infinito”.
Citando os ensinamentos de Heráclito, “ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”.
- Pensando nisso, a permanência não existe nem no mesmo lugar e com as mesmas pessoas. Nem no mesmo emprego e no mesmo casamento.
Como “não adianta fugir nem mentir pra si mesmo”, o segredo é encontrar a paz — e a beleza — da inconstância. Em um mix de momentos bons e ruins, a gente agradece e canta: “há tanta vida lá fora”.