Caprichos do destino

Caprichos do destino

O Lucca e a Ana Beatriz se conheceram na 3ª série do Ensino Fundamental em Conselheiro Lafaiete, uma cidade no interior de Minas Gerais.

  • O ano era 2006, e a Ana tinha acabado de se matricular na escola onde o Lucca estudava desde o maternal. Ele tinha 9 anos. Ela tinha 10.

Mas essa não é mais uma história de amor à primeira vista. Diferente daqueles relacionamentos que são marcados pelo primeiro olhar, o caso dos dois é cheio de idas e vindas, encontros e desencontros.

Logo no primeiro ano estudando juntos, Lucca e Ana ficaram bem próximos. Não dá pra dizer que eram amigos — tinha aquela implicância de criança —, mas sempre tiveram muito carinho um pelo outro.

Esse sentimento tímido e sutil foi se desenvolvendo, e o primeiro beijo aconteceu. Mas não foi um beijo de novela.

  • Na verdade, foi algo entre um selinho e um beijo normal, meio sem jeito, meio constrangedor — e com uma plateia de colegas assistindo.

Nos anos seguintes, ainda que meio desajeitado, o primeiro amor de cada um foi florescendo e tomando forma. Ana e Lucca viraram os “namoradinhos da escola” e todo mundo sabia e comentava.

Como é bom ser criança, né? Andar de mãos dadas e se cumprimentar com um beijinho na boca. Aquela sensação de que o namoro era sério. Coisa de adulto mesmo.

Maaaaas, como falamos lá atrás, essa é uma história de idas e vindas. Em 2009, o pai da Ana foi transferido pra Porto Alegre, e a primeira separação dos dois aconteceu.

Foi um baque pra eles, mas não tinha nada pra ser feito. A Ana até pediu pra morar com a avó em Lafaiete, mas os pais não gostaram da ideia. Afinal, ela era apenas uma menina de 13 anos.

  • Na época, a comunicação era só pelo MSN, e a saída foi realmente interromper a relação.

Nenhum dos dois sabia se ali ainda havia amor, mas, quando a Ana voltava pra cidade nas férias, sentiam um carinho muito forte um pelo outro — que também era perceptível para quem via de fora.

Enfim, em 2011 — 5 anos depois do primeiro beijo —, tiveram uma nova chance. A família da Ana voltou pra Minas Gerais, e o Lucca ainda estava disposto a “reconquistar” seu amor de infância.

Ele se lembra até hoje de quando se cruzaram no corredor do Colégio Nazaré novamente. Do mix de surpresa e frio na barriga.

  • Logo na primeira semana de aula, eles ficaram juntos. Agora mais velhos — mas ainda muito jovens —, tentando entender o que sentiam um pelo outro.

Imaturos, incertos e vivendo todas as crises da adolescência, eles não conseguiram fazer dar certo. As “ficadas” foram constantes, mas o tal do “relacionamento sério” só foi ficando pra depois.

No início de 2012, decidiram dar um basta nas tentativas e realmente seguir suas vidas separadamente.

Se relacionaram com outras pessoas e fizeram novos amigos. Claro que ainda se viam — Lafaiete é uma cidade bem pequena —, mas a sensação era de que realmente não era pra ser.

  • Lucca se mudou pra Belo Horizonte em 2013, e a Ana também saiu de Lafaiete pra cursar psicologia. Só tinham notícias um do outro pelas redes sociais.

Até aqui, parecia que o caminho dos dois nunca mais se cruzaria. A vida levou eles a se desencontrarem, e um reencontro parecia muito improvável — mas o destino tem desses caprichos, né?

Quando o Lucca voltou pra Lafaiete, em 2018, a Ana tinha acabado de terminar um relacionamento.

Em uma sexta-feira qualquer, se encontraram em um bar e conversaram bastante. Na semana seguinte, foram em um show de sertanejo juntos, e continuaram trocando mensagens.

  • No dia 06/08/2018, o Lucca levou a Ana Beatriz no jogo do Galo, pra ver o time perder em casa para o Internacional.

Choveu granizo, acabou a luz no estádio, e eles não lembravam onde haviam estacionado o carro. E, enfim, no meio de toda essa confusão, eles se beijaram novamente.

Dali em diante, parece que tudo fez sentido. A distância fortaleceu o afeto, e o tempo trouxe a maturidade necessária.

O Lucca, inclusive, gosta de dizer que “os desencontros foram um capricho do destino para que o encontro acontecesse na hora certa”.

A partir do beijo no jogo do Galo, o laço entre os dois nunca mais foi desfeito. Três semanas depois, já estavam namorando. Seis anos depois, passaram a morar na mesma casa.

  • Hoje, 18 anos depois de se conhecerem, eles são um só. Melhores amigos, amantes e companheiros.

O Lucca e a Ana fazem tudo juntos. Acordam juntos, almoçam juntos, e hoje vão correr a maratona do Rio juntos. Quando um dos dois está tendo um dia ruim, o outro faz em dobro para dar certo.

E será que alguém imaginaria que duas estradas tão diferentes terminaram no mesmo destino? Finalizando com Vinicius de Moraes, “a vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida”.

Caprichos do destino

Ficou curioso? Aqui tem mais imagens do casal da história? — e tem até foto deles pequenininhos.