Cada pessoa é um oceano inteiro

Cada pessoa é um oceano inteiro

Em julho de 2023, a Mônica conheceu o João. Segundo ela, os dois são mergulhadores. Ele como profissão, ela como estilo de vida.

  • A conexão deles foi acontecendo aos poucos… Almoço, carona até o metrô, pausa para o café da tarde, até o convite para o primeiro encontro.

Ela ficava deslumbrada com as histórias sobre o fundo do mar e amava ouvir sobre golfinhos e tubarões. A Mônica confessa que “acha bem sexy esse lance de ser instrutor de mergulho”.

De formas diferentes, os dois mergulham por encanto. Ele tem o “Open Water Dive”, mas ela tem o certificado “Open Heart Dive”, que a permite ir fundo sem instrução nenhuma.

Nessa de ir fundo, a Mônica submergiu no oceano do João. Descobriu que ele ama cachorros e se encantou por sua aptidão natural de ser engraçado. Descobriu que ele tem dois irmãos, e a mãe mais legal do mundo.

Que ele já viajou pra Fernando de Noronha, Amsterdam e odeia todas as bandas que ela gosta. Mas pelo menos encontrou uma concordância entre os dois: comida japonesa é bom demais.

  • No início, eles trocaram músicas e vídeos fofos de cachorro. Depois evoluíram pra beijos, carinhos, pizzas e uma vontade cada vez maior.

De julho a setembro, entre encontros e desencontros, a Mônica acabou se apaixonando. Ela só queria diversão e tentou lutar contra o que estava sentindo, mas não conseguiu.

Foi imergindo, até que, depois de um tempo, começou a ficar frio, e depois escuro. Ela ligou a lanterna tentando encontrar o coração do João, mas só achou naufrágios: dúvidas, medos e ansiedade.

Continuou mergulhando, mas em vez de encontrar golfinhos, só conseguiu avistar um grande cardume de mensagens não respondidas, desencontros e um silêncio ensurdecedor.

O conceito de vida da Mônica é liberdade. Ela acredita que é totalmente possível gostar de mais de uma pessoa ao mesmo tempo, e pensa que uma paixão não invalida um amor.

  • O João, por outro lado, disse que gostou dela “além do permitido”, e por isso sumiu tantas vezes.

Ele confessou que não conseguiu lidar com esse estilo de vida “sem exclusividade”, e preferiu seguir a sua vida fazendo o que ele sempre gostou de fazer: mergulhar pelo mundo.

Mesmo tendo esse tal “espírito livre”, a Mônica sofreu muito. Sofreu pela falta da presença do João, do toque e de uma mensagem inesperada. Sentiu a falta dele por completo. E ainda sente.

Com essa mini relação que não tem nome, ela aprendeu que não importa quanto tempo durou ou quantas vezes beijou. O tempo deles foi curto, mas com uma intensidade que ela nunca havia sentido.

  • Da última vez que conversaram, ele disse: “preciso que você entenda que estou tentando encontrar a pessoa mais importante da minha vida, eu mesmo”.

Depois disso, não tiveram mais contato. A Mônica está respeitando esse espaço e torcendo pra que ele se encontre, se sinta completo, se ame e seja feliz. Mesmo que não seja com ela.

Lembrando de uma música que adora, ela diz “me tenho inteira pra você. Te guardo solto pra se aventurar. É tão bonito te espiar viver. Se encontra, se perde e se vê. Mas volta pra se dividir.”

Quando, por algum motivo, a Mônica desce na estação Ana Rosa, ou quando o aleatório do Spotify insiste em tocar “Sex n Drugs”, ela revive tudo o que brevemente viveram.

  • Mas foi do jeito que tinha que ser. E, provavelmente, não poderia mesmo ter sido diferente. Ou poderia, né? Vai saber.

A Mônica não acredita em outras vidas, e talvez por isso seja tão intensa nessa. Mas, se algum dia ela reencontrar o João, quem sabe tenha coragem de dizer: “algo me diz que essa história ainda não acabou”.

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